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Gisele Figueiredo

Gisele Figueiredo

PARA GISELE, ROMA É…
Como um filme de Fellini! Esbanja personagens fantásticos e apaixonantes. Nela, os casos de amor são sempre bem-sucedidos, as pessoas se beijam apaixonadamente nas ruas e fazem juras de amor na Fontana Di Trevi. Na mesma esquina, há toda aquela gente que grita, gesticula e, de repente, dessa multidão pode saltar um sujeito cantando em alto e bom tom Vasco Rossi, Antonello Venditti, Giovanotti. Nesse cenário, ainda estão as vespas, o burburinho dos restaurantes, o cheiro de carbonara, alcachofra, tiramisù, gelato, limoncello…

Como ela captou esse roteiro? Não é coisa de duas ou três passagens de férias não. Gisele Figueiredo tem 43 anos, dos quais 13 anos foram vividos na cidade, em diferentes fases da sua vida. A primeira foi em 1977, por ‘culpa’ do trabalho do pai, diplomata, que foi transferido para trabalhar Embaixada do Brasil, na Piazza Navona. A última vez foi entre 2013/14. É jornalista, carioca, meio gaúcha e cidadã do mundo – já morou em Kiev, Zurique, Genebra, Bagdá, Aman, Boston, Washington, Barcelona, Bologna, Assunção, Santiago, Guiana Francesa e Trinidad e Tobago; e mesmo com esse baita giro, é em solo romano que se sente em casa.

VIAJE COM ELA
Primeiros momentos: vai à Fontana de Trevi, senta na escadaria, brinda a vida e agradeçe ao Universo por poder voltar “para casa”. Ritual, claro, que acompanha com um prosecco, comprado nos tantos Alimentari – os mercadinhos que estão por todos os lados.
O caminho preferido: começa na Piazza Navona, no Dolce Vita, na companhia de um ‘cappuccio’ – como eles carinhosamente chamam o cappuccino; e um cornetto al cioccolato – espécie de croissant que esbanja nutella e é com ele que os romanos gostam de começar o dia. Já no Campo Dei Fiori, almoça na Antica Hostaria Romanesca ou no Roscioli porque tem gosto de comida de nonna. Segue pela Via Dei Giubbonari, para na sorveteria Grom, abraça os amigos de infância na loja I Love Tokyo.
Se a fome persistir: para no Filetti di Baccalà – portinha sem placa alguma e um ícone entre os locais que disputam suas postas de bacalhau fritas. De lá, entra na Via Dei Pettinari, que foi sua rua por mais de seis anos. Passa pela Ponte Sisto, contempla o rio Tevere, chegando ao bairro do Trastevere. Ali, vai de bar em bar, de aperitivo em aperitivo, de Spritz em Spritz.
Simplesmente ama: fazer piquenique no Parco degli Acquedotti e a Villa Borghese. Também adora pegar o motorino [vespa] e rodar pela cidade, passando por pontos turísticos e nessa rota não pode faltar a Via Della Conciliazione, a rua que leva à na Piazza San Pietro. Gosta de sair também do centro histórico e ir para os bairros exalam street art e romanidade como Pigneto, Torpignattara, Tor Marancia, Quadraro, San Lorenzo, Ostiense e Garbatella.

GUIA GASTRÔ
Ama: a Osteria da “Zi” Umberto e o Meo Patacca, ambos no Trastevere. Charme, boemia e cozinha delícia.
Segundo lar: o Da SergioAqui, local no Campo dei Fiori no qual o clima romano impera. É 100% italiano, nada turístico, tem pastas excelentes e o vinho da casa é divino.
Vício romano: aperitivar e os lugares de encanto são Freni e Frizioni, Bar del Fico e Salotto 42. Gente bonita, drinques bacanas e muita badalação no centro histórico.
Uma lembrança das boas: das sorveterias italianas que são de ‘leccarsi i baffi’ [lamber os beiços]. Entre as preferidas no centro, estão Giolitti, Gelateria della Palma, Gelato di San Crispino, Gelateria Fassi, Neve di Latte, Gelateria del Teatro e Fatamorgana.
Sobremesa queridinha: o tiramisù e precisa ser do Bar Pompi, na piazza Re di Roma; ou Zum e Roscioli, ambos no Campo dei Fiori.
Amor recente: tomar café da manhã no Angelina, um ponto de fuga no centro nervoso e político da cidade, na Piazza San Silvestro.
Coisa que tem apego histórico: a grattachecca, a bebida típica do verão que chega a lembrar a raspadinha do Brasil. E nesse capítulo, o do Sora Maria, na Via Trionfale x Via Bernardino Telesio; e a da Ponte Mollo dividem o coração.
Paixão de rua: o ciambellone com nutella que são vendidos nos food trucks da Via della Conciliazione.
Um fascínio: a pizza e as obrigatórias, entre as redondas, são a Da Baffetto, a unidade da Via del Governo Vecchio; e a do Alle Carrete, em Monti. Já no reino das ‘al taglio’, as quadradas, a eleita é a da Pizza Roma, perto do Campo Dei Fiori, que faz também um supplì incrível.


Food & travel brazilian journalist living between São Paulo and Rome!

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